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Montaigne é um autor do Renascimento. Sua obra possui diversos aspectos pelos quais se pode compreendê-la melhor. Um deles é a semelhança com a pintura renascentista que se desenvolveu no mesmo período em que ela foi escrita. Tal aspecto é explorado na tese de Ana Carolina Mondini, que também aborda a relação entre o ceticismo de Montaigne e o ceticismo antigo, além de temas como o da “amizade” e o da “humanidade” que estão presentes na obra desse autor. Além disso, a entrevistada desenvolve atualmente o projeto “Galeria Virtual” (link abaixo), no qual expõe virtualmente a obra de artistas, acrescentando seus comentários muito sensíveis.

Ana Carolina Mondini é Doutora em Filosofia (na área de História da Filosofia, Estética e Renascimento), sob orientação de Vinicius Berlendis de Figueiredo, com período sanduíche no exterior na EHESS/Paris (2017). Trabalhou como Professora de Estética e Filosofia Geral na Faculdade Dr. Leocádio José Correia (FALEC, 2012-13) e como Tutora no Curso Especialização de Ensino de Filosofia no Ensino Médio (Educação a Distância/ UAB), na Universidade Federal do Paraná (2014-15 e 2018). Possui mestrado em Filosofia (na área de Filosofia Moral), realizado pela Universidade Federal do Paraná (2011). E, tem graduação na área de Artes Plásticas (Pintura), pela Escola de Música e Belas Artes (2013), e em Filosofia (História da Filosofia), pela Universidade Federal do Paraná (2007).

Atualmente, o tema da “decolonialidade” está muito em voga, felizmente. Nessa clave, muitas são as tradições que passam a ser pesquisadas enquanto pensamento filosófico. Fala-se numa filosofia oriental, numa filosofia africana, numa filosofia indígena, numa filosofia latino-americana etc. Este é um dos temas de pesquisa de Francisco José da Silva, que também possui trabalhos acadêmicos envolvendo filósofos ocidentais, como os do idealismo alemão (Hegel e Schleiermacher, sobretudo). Entre os diversos autores mobilizados nesta entrevista, encontram-se: Raúl Fornet Betancourt, Franz Wimmer, Edward Said, Heinz Kimmerle, Enrique Dussel, Raimon Panikkar, entre outros.

Francisco José da Silva é Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2020). Atualmente é Pesquisador e Professor Adjunto da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e coordenador de subprojeto Pibid Filosofia da Universidade Federal do Cariri. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: Filosofia Intercultural (Latinoamericana, Africana e Oriental) e Idealismo Alemão (Hegel), Dialética e Hermenêutica (Schleiermacher) e Filosofia da Religião.

Para uma Introdução à Filosofia Oriental, o entrevistado disponibiliza um vídeo no YouTube, acessível por este link.

Segue-se um debate atualmente em que várias correntes diversas de pensamento parecem se aproximar: o realismo especulativo, a virada ontológica em antropologia, a virada metafísica promovida pela filosofia analítica, além das neurociências e demais ciências empíricas que pensam a relação entre a cognição humana e o aprendizado das máquinas (“machine learning”). Em todos esses casos, assiste-se a uma reabilitação da especulação metafísica sobre a natureza. Qual será o lugar de um filósofo como Jacques Derrida em meio a tudo isso? Tal é uma das questões que o filósofo Moysés Pinto Neto tem se colocado. Além desse tema, também discutimos a questão da “intrusão” do outro no organismo e nas sociedades humanas, como é o caso do coronavírus, e da experiência do ensino à distância e das suas implicações para o ensino de filosofia.

Moysés Pinto Neto é Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do RS (2010-2013) com período-sanduíche no Centre for Research in Modern European Philosophy (Kingston – UK) e Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). É também Mestre em Ciências Criminais (2006-2007) e Especialista em Ciências Penais (2005) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e possui graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998-2003), além de atuar como professor no cursos de graduação de Direito na ULBRA e de diversas especializações em direitos humanos e violência. Pesquisa nas áreas de filosofia e política especulativa, transdisciplinaridade e transformações nas humanidades, movimentos sociais e o pensamento de Jacques Derrida.

Nesta didática exposição, Monica Aiub esclarece alguns pontos a respeito da relação entre mente e corpo, tal como compreendida a partir das neurociências numa perspectiva filosófica; aborda temas referentes à amplitude da filosofia no Brasil, em suas diversas especificidades; trata de questões relacionadas à sua prática clínica; e encerra fazendo um caloroso convite a que todo(a)s para que conheçam o projeto que engloba pessoas de fora da academia às reflexões filosóficas e à filosofia como clínica.

Monica Aiub possui graduação em Filosofia pela Universidade Católica de Santos (1989), graduação em Música pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1996), Pós-Graduação em Educação Brasileira pela UNISANTOS (1992), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2006), doutorado em Filosofia pela PUC-SP (2015). Atualmente é orientadora filosófica, professora e pesquisadora no Espaço Monica Aiub – Filosofia, Arte e Cultura, em São Paulo. É editora, atuando na Editora FiloCzar. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia da Mente e da Informação tuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, filosofia da mente e da informação, pragmatismo, orientação filosófica, lógica, teoria do conhecimento, filosofia da linguagem, filosofia da medicina e filosofia da neurociência.

Link para um dos textos da autora, sobre orientação filosófica.

Link para o site da autora.

Iniciando sua fala a respeito de sua pesquisa atual, envolvendo as obras de Hesíodo e Aristófanes (dois poetas da Grécia Antiga), a conversa envereda em seguida para discussões a respeito do pensamento filosófico de Platão, especialmente sobre sua crítica à poesia tal como exposta n´A República. Também discutimos um pouco o debate acerca da origem helênica da filosofia, e outras hipóteses e perspectivas possíveis. Falamos ainda da questão do desenvolvimento da filosofia no Brasil e em suas regiões e de temas relacionados ao feminismo e ao desequilíbrio de gênero da filosofia acadêmica nacional.

Camila Prado é Bacharel em Filosofia pela UFRJ (2004), mestre em Filosofia pela UFRJ (2008) e doutora em Filosofia pela UFMG (2013), pós-doutora em Filosofia pela Universidad de Buenos Aires. Professora dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Filosofia. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Antiga e Filosofia e Literatura, dedicando-se principalmente aos seguintes temas: filosofia como diálogo; a tradição poética na filosofia de Platão; e a relação parte-todo. Atualmente realiza pós-doutorado na Universidade de Coimbra.

Qual o papel de saberes como o esoterismo, o ocultismo, a astrologia e mesmo o das religiões pagãs na obra de Fernando Pessoa. Este foi o principal assunto dessa conversa com Luciano de Souza. Conversamos ainda sobre António Mora, a personalidade heteronímica criada por Pessoa que se apresenta como filósofo e que possui uma teoria filosófica a respeito do neo-paganismo. Também abordamos a obra Fausto (incompleta) de Pessoa e sua (não-)inserção na “tradição fáustica” da literatura ocidental. Por fim, abordamos brevemente alguns autores brasileiros, como Cruz e Sousa, Murilo Mendes e Guimarães Rosa.

Luciano de Souza é mestre e doutor em literatura portuguesa pela Universidade de São Paulo – USP – e graduado em letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – UPM. Luciano tem se dedicado, desde o início de sua vida acadêmica, a investigar as manifestações do satânico na literatura, com isso estabelecendo um diálogo entre diferentes escolas e épocas literárias.

Publicações de Luciano podem ser encontradas neste link.

Esta entrevista se motivou por 3 perguntas principais: 1) No contexto histórico do autoritarismo brasileiro, qual é a singularidade do momento atual com a eleição de Jair Bolsonaro? 2) Em que sentido podem ser compreendidos os efeitos da ascensão do fundamentalismo neopentecostal e o declínio da igreja católica na compreensão do poder teológico-político no Brasil, tais como exeperimentados nas últimas décadas? 3) Por que não se deve perder de vista, para além das análises microfísicas (igualmente relevantes), também uma “macrofísica do poder”? Quanto a esta última questão, Roberto Romano oferece uma leitura histórica de três tradições do pensamento político contemporâneo (que possuem herança nos pensamento de Comte, de Marx e de Weber), às quais vem acrescentar uma outra: a de Elias Canetti (exposta em livros como “Massa e poder”), em relação com o pensamento de Claude Lefort, linha que é apresentada pelo entrevistado de um modo instigante e original.

Roberto Romano possui Graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1973) e Doutorado em Filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (1978). Atualmente, é professor Titular Aposentado da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Ética e Política, além de História da Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: ética, democracia, ciência politica, crise universitária, crise politica, religião e universidade pública.

Um dos mais notáveis pensadores contemporâneos, o sul-coreano Byung-Chul Han, oferece novas chaves de leitura sobre nossa atual situação política, social, cultural e sanitária. Gabriel Bonesi tem como objeto de pesquisa e o pensamento desse autor, e traz para nós uma reflexão sobre temas que nos tocam diretamente, como o papel das redes sociais em nossas vidas numa dimensão que denomina como psico-política. Também abordamos nesta entrevista a importância do ensino de filosofia, não somente como reflexão crítica, mas também numa dimensão prática, ética e política.

Gabriel Bonesi atualmente é pesquisador de doutorado do programa de pós graduação em Filosofia, pela Universidade Federal do Paraná, sob orientação do Prof. Dr. André de Macedo Duarte. Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina (2011), graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2011), especialização em Direito Constitucional pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2013) e mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina (2018). Tem experiência na área de Filosofia com ênfase em Filosofia Política, Fenomenologia e Ontologia. Tem interesse nos seguintes temas e autores: psicopolítica; revolução digital e relações digitais; técnica; Byung-Chul Han; Preciado; Heidegger e Foucault. Atua também como advogado desde 2011.

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