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Em tempos de coronavírus, vêm novamente à tona as relações entre medicina social e economia política. Desde que Michel Foucault proferiu os cursos no Collège de France da segunda metade da década de 1970, um campo de estudos interdisciplinares se formou em relação aos conceitos de biopoder e de biopolítica. No início do curso “Segurança, território, população” (1977-1978), Foucault analisa o caso de três doenças epidêmicas ocorridas na Europa, a lepra, a peste e a varíola. A cada uma dessas doenças, sucedeu-se uma forma política. O poder soberano para a lepra; o poder disciplinar para a peste; e com relação à varíola uma forma nova veio surgir, o chamado “biopoder”. Do mesmo modo, cada uma dessas formas políticas teve um correlato econômico, sendo que a passagem do poder disciplinar para o biopoder correspondeu à passagem do modelo econômico do mercantilismo para o liberalismo, passando pela fisiocracia francesa que tem como principal representante o médico e economista François Quesnay. No curso subsequente, “O nascimento da biopolítica”, Foucault analisa o passo seguinte assumido pela civilização ocidental, com o surgimento do neoliberalismo, já em meados do século XX. Talvez não haja nada mais atual para se pensar do que essas relações entre política, economia e medicina social, e o conceito de biopolítica nos convoca a pensar sobre isso.

Cursos de Michel Foucault: Em defesa da sociedade (1975-1976), Segurança, território, população (1977-1978) e O nascimento da biopolítica (1978-1979).

Entrevista com a Profa. Dra. Marcia Alves, geógrafa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ela nos conta sobre sua pesquisa que envolve as relações entre geografia e filosofia, a partir da obra de Ernst Cassirer. Marcia Alves é licenciada em Geografia pela UEPG, mestra em Geografia pela UFF e doutora em Geografia pela UFPR, com período de doutorado sanduíche no exterior no Departamento de Filosofia da Universidade de Évora, em Portugal. Sua tese intitulada “O eu, o outro e o(s) nós: Geografia das Emoções à luz da Filosofia das Formas Simbólicas de Ernst Cassirer (1874-1945) e de narrativas das narrativas de pioneiros da Igreja Messiânica Mundial” aprofundou a filosofia cassireriana e sua contribuição para (re)pensar a questão espacial na Geografia, a partir do universo simbólico. Atualmente é professora do Departamento de Geografia da UFMT, com pesquisas na área da Geografia Cultural, Geografia Urbana, Geografia Humanista e Epistemologia da Geografia.

Link para a tese -» https://www.prppg.ufpr.br/siga/visitante/trabalhoConclusaoWS?idpessoal=52676&idprograma=40001016035P1&anobase=2019&idtc=1373

Link para o livro Cassirer: Geografia e Filosofia: https://www.academia.edu/40489514/Ernst_Cassirer_Geografia_e_Filosofia

E-mail: marciaalvesgeo@gmail.com


Entrevistei o Prof. Dr. Adriano Mergulhão, que nos contou um pouco sobre sua pesquisa, sobre a sua opção pela Filosofia, sobre sua experiência em sala de aula e sobre o aprendizado e as dificuldades enfrentadas durante sua trajetória.

Sua tese defendida em 2018 junto ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar que tem como título “Enigma do tempo: o problema da objetividade na contraposição entre Heidegger e Cassirer”, foi laureada com uma menção honrosa no Prêmio CAPES-2019.

Leia a teste completa

E-mail: adrianomergulhao@yahoo.com.br



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Em seu devir intelectual, Alexandre Koyré abordou diversos temas e autores da história do pensamento humano, sempre tendo em vista a unidade do pensamento. Primeiramente tendo se interessado pelo estudo das matemáticas, passa em seguida a pesquisar autores da filosofia medieval e do renascimento, até finalmente se consagrar como um dos maiores historiadores da ciência do século XX.

Desde a década de 1920, Canguilhem já oferecia, de modo original, soluções aos problemas filosóficos que se propôs enfrentar. Desde o início, tendo herdado de Alain e da Wertphilosophie uma filosofia axiológica, ele a pratica segundo um estilo cujo traço não se deixará apagar mesmo em seus últimos textos. Contudo, o acontecimento político da ascensão do fascismo e a iminência da guerra contribuíram decisivamente para que ele se afastasse de Alain e fosse conduzido a domínios estranhos à filosofia.

Canguilhem; epistemologia; história da ciência; ciências da vida. Figura maior do cenário filosófico contemporâneo, Georges Canguilhem ainda não mereceu a mesma atenção de alguns de seus colegas (Jean-Paul Sartre, Merleau-Ponty, Raymond Aron) ou de seus alunos (Michel Foucault). Neste vídeo, oferecemos uma abordagem breve dos principais temas percorridos por sua obra, nas sete décadas de intensa produção intelectual.

Parte 1 da vídeo-aula

Parte 2 da vídeo-aula:


Martial Gueroult (1891-1976), um dos maiores historiadores da filosofia do século XX, foi o criador do assim chamado “método estrutural” de leitura de textos filosóficos. Tal método consiste numa ferramenta de leitura sistemática e científica dos grandes sistemas filosóficos.

Links: “O método em história da filosofia” (Martial Gueroult), “Para além do método estrutural em história da filosofia: Foucault, Deleuze” (Caio Souto e Fernando Gimbo) e Podcast Sobre os ombros de gigantes: A leitura estrutural, na Revista Úrsula.

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