Para além da questão das “filosofias nacionais”, esta conversa com Filipe Campello tratou do problema da pouca circulação das ideias filosóficas produzidas por nós brasileiros e brasileiras, o que o pesquisador entrevistado conceitua com o termo “injustiça epistêmica”.
Filipe Campello é professor de filosofia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), doutor em filosofia pela Goethe-Universität Frankfurt (2013) e foi professor visitante na The New School for Social Research, tendo recebido o Fulbright Junior Faculty Member Award.
Fernando Pessoa, pensador plural, possui um obra poética que coloca muitas questões à filosofia. Uma delas é a experiência do “desassossego”, que Gisele Candido explorou em sua tese. Nesta entrevista, a pesquisadora nos conta sobre sua pesquisa envolvendo este tema, além de também abordar questões políticas e sociais sobre a pesquisa acadêmica no Brasil, questões de gênero, entre outros assuntos.
Gisele Candido é doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo – USP, mestre em filosofia pela Universidade Federal do Paraná – UFPR, graduada em filosofia pela Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Textos citados na entrevista:
Alain Badiou: Pequeno manual de inestética
Giorgio Agamben: O que resta de Auschwitz
José Gil: Metafísica das sensações
Rénaud Barbaras: Fenomenologia e Literatura: a não filosofia de Fernando Pessoa
Da história oral à análise do discurso, o itinerário do pesquisador Frederico Sidney Guimarães se desenvolveu de maneira articulada às questões de gênero. Nesta entrevista, ele nos conta um pouco melhor sobre sua pesquisa, elucidando alguns temas básicos desse campo de pesquisa, como a distinção entre gênero e sexualidade, além de expor a importância de Michel Pêcheux para tais estudos.
Frederico Sidney Guimarães é Doutor pelo Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem da UFF, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UNIRIO em 2008, graduado em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), em 2005. Experiência de pesquisa nas áreas de Análise do Discurso, História, Memória e Linguagem, com ênfase nas temáticas sobre: Movimentos e Práticas Sociais; discursos de gêneros e sexualidades; e direitos civis.
Numa exposição muito elucidativa do pensamento do filósofo francês Gilbert Simondon (1924-1989), Ricardo Cezar Cardoso expõe uma visão muito instigante a respeito da atual condição sob a qual vivemos em tempos de pandemia.
Ricardo Cezar Cardoso é Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UERJ (2019), Mestre em Filosofia pelo mesmo programa (2006) e Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1983). Foi Professor Substituto pelo Departamento de Filosofia da UERJ (2007-2011) e Pesquisador Assistente da Fio-Cruz (1987-1988). Tem experiência na área de Filosofia (com ênfase em Metafísica, Filosofia da Ciência e Estética) e na área de Biologia (com ênfase em Biologia Molecular, Genética e Imunogenética).
Nesta entrevista, Jorge Vasconcellos faz uma defesa das políticas afirmativas dentro das instituições de ensino brasileira, narrando momentos importantes de sua trajetória desde sua época de estudante até a docência (que iniciou muito cedo, aos 15 anos de idade), sempre em instituições públicas de ensino brasileiras. Também foi tema desta conversa, o pensamento de autores que lhe são caros, tais como Deleuze e Guattari, Achile Mbembe, além da tradição crítica do pensamento brasileiro e latinoamericano.
Negro-Índio, isto é, sua ascendência é afrodiaspórica-ameríndia, Jorge Vasconcellos é descendente de negrxs escravizadxs e seu bisavô foi indígena Xavante aldeado. Doutor em Filosofia (UFRJ: 2002). Fez recentemente um Pós-doutorado em Artes no Instituto de Artes da UERJ (2018-2019). Professor Associado da Universidade Federal Fluminense/UFF. Professor do Departamento de Artes e Estudos Culturais/RAE. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Estudos Contemporâneos das Artes/PPGCA, ambos da UFF. Líder do Grupo de Pesquisas CNPq: “práticas estético-políticas na arte contemporânea”. Escreveu e publicou vários livros sobre filosofia francesa contemporânea, mas está interessado no que está por agora escrevendo acerca das práticas estético-políticas na arte contemporânea brasileira. E o mais importante: É Pai de Valentina, Joaquim e Zoé; e, procura sempre estar o mais próximo possível dxs amigxs, pois, os afetos fraternos lhe são muito caros.
Se o devir-feminino é o começo de todo devir, os homens têm muito mais a aprender com as mulheres do que estão dispostos a admitir. Nesta conversa, a pesquisadora Larissa Drigo Agostinho nos contou sobre sua produção envolvendo esse conceito e outros que foram desenvolvidos pela obra de Félix Guattari. Também falou um pouco de seus outros estudos em filosofia e literatura francesa contemporânea.
Larissa Drigo Agostinho é Doutora em Letras pela Universidade Paris IV e Pós-Doutoranda em Filosofia pela Universidade de São Paulo e Universidade Paris I.
Em tempos de pandemia, o isolamento social nos convoca a pensarmos sobre nossa condição biológica, política e social. No caso brasileiro, isso se soma a diversas outras características que nos são próprias, e que dizem respeito também ao nosso passado colonial e ao nosso processo histórico específico. Abordando o assunto de uma perspectiva teológico-política, o Professor Fernando Gimbo tece considerações muito interessantes com relação a esse problema urgente.
Fernando Sepe Gimbo é Professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), campus de Juazeiro do Norte. Possui Graduação em Comunicação Social pela Fundação Casper Líbero e Graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e é Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Suas principais áreas de atuação são: filosofia contemporânea, teoria das ciências humanas e estética.
Fillipa Carneiro Silveira inicia esta conversa problematizando a função da filosofia em nosso presente, alertando para uma ambiguidade própria à filosofia, já que ela exige sempre um tempo de reflexão que muitas vezes não corresponde ao tempo dos acontecimentos sobre os quais ela se propõe refletir. Também conversamos sobre a condição das mulheres na filosofia e a importância do feminismo numa perspectiva contemporânea. Foram tema, ainda, desta entrevista as possibilidades de utilização do pensamento de autores como Michel Foucault, Sueli Carneiro, entre outros, como ferramentas conceituais para a abordagem das condições políticas, sociais, médicas e biológicas de nossa condição atual.
Professora de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia, Fillipa Carneiro Silveira é Doutora em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (2016). Mestre em Filosofia (Master of Arts) pelo programa Master Erasmus Mundus EuroPhilosophie: Filosofias Alemã e Francesa no Espaço Europeu. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (2007). Graduada em Ciências Sociais pela mesma instituição (2005). Atua nas áreas de Filosofia Francesa Contemporânea (com ênfase no pensamento de Michel Foucault), Ética e Política, Fenomenologia, e áreas afins às Ciências Humanas. Pesquisa sobre o problema da subjetividade, a crítica à antropologia e as formas dos discursos sobre o humano na filosofia contemporânea.
Para uma interlocução mais aprofundada sobre as questões e os temas mencionados na entrevista, a professora disponibiliza seu endereço eletrônico: fillipa@ufu.br.
Nesta entrevista, Scheila Cristiane Thomé nos conta sobre sua trajetória na filosofia, sobre sua experiência como professora em diversas regiões do país, até se estabelecer como professora efetiva da UFRGS, em Porto Alegre. Também foi assunto dessa conversa a condição das mulheres na filosofia, momento em que a entrevistada problematizou a predominância masculina seja entre os autores da tradição filosófica estudados, seja entre os docentes atuais nos departamentos no Brasil e no mundo. Scheila ainda nos contou um pouco sobre sua pesquisa envolvendo o pensamento de Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia, e de sua experiência na Alemanha, onde pôde visitar os arquivos Husserl e estabelecer contato com outros pesquisadores e editores de sua obra.
Scheila Cristiane Thomé é Professora Adjunta do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutora em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos, realiza Estágio de Pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de São Paulo, possui Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (2008) e Graduação em Filosofia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2004). Realizou Estágio de pesquisa no Arquivo Husserl da Universität zu Köln, Alemanha (2011-2012). Atua principalmente na pesquisa dos seguintes temas: Fenomenologia, Filosofia contemporânea, Teoria do Conhecimento e Ontologia.
E-mail: thome.scheila@gmail.com link para a tese de doutorado: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/7599/TeseSCT.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Nesta entrevista, Rosilene Rebeca fala sobre as condições da pesquisa científica no Brasil nas últimas décadas, especialmente na área das ciências biológicas. Também foi assunto dessa conversa a relação da pesquisa científica com o pensamento social, pedagógico e filosófico. A pesquisadora ainda nos contou sobre seu novo objeto de pesquisa, envolvendo o sistema respiratório, e a necessidade de uma “alfabetização científica” da população, o que certamente diminuiria o impacto das epidemias e pandemias que ameaçam as nossas vidas.
Rosilene Rebeca possui Habilitação Plena em Biologia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (1991), mestrado em Biologia (Biociências Nucleares) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Ciências Bioquímica pela UFPR (2008). Estudou Filosofia, Cinema e Etologia sob a orientação do filósofo Claudio Ulpiano (UERJ/UFF). Atualmente é Professora Associada da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Metabolismo, atuando principalmente nos seguintes temas: caquexia associada ao câncer e metabolismo de células tumorais. Atua em projetos multidisciplinares cujas temáticas envolvam a Educação Ambiental e Ensino de Bioquímica. É coordenadora de área do PIBID-Ciências Biológicas de 2015 a junho de 2019. Integra o corpo docente do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais e Matemática – PPGEN.