Paulo Arantes possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1967) e doutorado de Troisième Cycle – Université de Paris X, Nanterre (1973). Foi editor da revista Discurso (1976-1991). É Professor aposentado Senior do Departamento de Filosofia da FFLCH da USP. Foi Diretor da pós-graduação (1984-1988). Desde 1980 PQ1A do CNPq. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia e Filosofia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: Filosofia clássica alemã, Filosofia francesa contemporânea, Filosofia no Brasil, Cultura e Sociedade brasileira, Teoria Crítica do mundo contemporâneo.
É autor, entre outros, de: A fratura brasileira do mundo. Ed. Lisboa (2019); O novo tempo do mundo. Ed. Boitempo (2014); Extinção. Ed. Boitempo (2007); Zero à Esquerda. Ed. Conrad Livros (2004); Notícias de uma guerra cosmopolita. Ed. Baurú (2004); O Fio da Meada. Ed. Paz e Terra (1996) Ressentimento da Dialética. Ed. Paz e Terra (1996); Um Departamento Francês de Ultramar. Ed. Paz e Terra (1994); O Sentimento da Dialética. Ed. Paz e Terra (1992); Hegel: a Ordem do Tempo. 1. ed. São Paulo: Polis, 1981. 300p.
O principal tema que norteou esta conversa foi o fetichismo, o qual nos conduz inevitavelmente à obra de Marx. Abordamos alguns dos aspectos da atualidade desse conceito em sua relação com a psicanálise e algumas teorias jurídicas. Também conversamos sobre o modo como autores da Escola de Frankfurt operaram a relação entre Marx e Freud, e como Slavoj Zizek propõe uma renovação dessa relação a partir de uma síntese teórica de Hegel com Lacan. Por fim, falamos do conceito de violência e sobre algumas questões referentes à pandemia e ao nosso presente.
Allan Hillani é graduado em Direito (UFPR), mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ) e atualmente é doutorando em filosofia na New School for Social Research (Nova York). É autor de “Na Urgência da Catástrofe: Violência e Capitalismo” (Rio de Janeiro: Gramma, 2018) dentre outros escritos em teoria crítica e filosofia política. Sua pesquosa atual investiga a relação entre poder e representação integrando filosofia política, psicanálise, teoria da forma-valor e antropologia política.
Nesta conversa, abordamos a obra de Schopenhauer e de alguns outros autores envolvidos em questões correlatas às trabalhadas por este autor alemão. Falamos sobre sua leitura de Kant e de Platão, bem como das tradições não-ocidentais do pensamento, como sobretudo o zen-budismo. Perguntei sobre a relação da obra de Schopenhauer com a tradição da medicina francesa, sobretudo Xavier Bichat. Também conversamos sobre autores como Mainländer e sua “Filosofia da Redenção” e “Metafísica da entropia”, Eduard von Hartmann, contemporâneos de Schopenhauer. Falamos ainda sobre as consequências políticas conservadoras do pensamento de Schopenhauer, mas também de sua recepção progressista em autores mais recentes como Horkheimer do Instituto de Frankfurt, e em autores mais recentes. Por fim, Flamarion nos fala de algumas especificidades do ensino de filosofia na UFABC, que oferece novas alternativas à relação entre universidade e sociedade e cursos transdisciplinares.
Flamarion Caldeira Ramos é professor de ética e filosofia política da Universidade Federal do ABC. Possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2001), mestrado (2003) e doutorado (2009) em Filosofia também pela Universidade de São Paulo com estágio na Johannes Gutemberg Universität Mainz da Alemanha (2006). Fez pós-doutorado na Universidade de São Paulo com bolsa da FAPESP (2010-2011) e estágios de pesquisas na Universidad Complutense de Madrid da Espanha (2013) e na Università del Salento da Itália (2015), ambos os estágios com bolsa FAPESP. Tem desenvolvido pesquisa sobre o pessimismo filosófico alemão do século dezenove e publicou diversos artigos e traduções sobre Schopenhauer e o Idealismo alemão.
Nesta conversa, abordamos alguns assuntos relacionados ao feminismo e à recepção de suas diversas vertentes no Brasil, e também numa breve comparação com o país vizinho a Argentina. Falamos um pouco sobre o termo “ideologia de gênero” e sobre o incômodo que a reflexão sobre gênero causa, o que se intensificou assombrosamente no passado recente brasileiro. Em seguida, falamos sobre a família e a historicidade da organização familiar ocidental moderna. Por fim, falamos um pouco sobre perspectivas no contexto atual brasileiro e da relação entre conhecimento acadêmico e sociedade.
Marília Moschkovich é socióloga do Conhecimento/Ciência e da Educação Superior; socióloga do Gênero e do Feminismo. Doutora em Educação e Ciências Sociais pela Unicamp (2018), Mestra na mesma área (2013) e Bacharel em Ciências Sociais (2009), também pela Unicamp. Trabalhou em 2017 na École des Hautes Études de Sciences Sociales (EHESS) em Paris, França, sob direção de Gisèle Sapiro. Em 2016, trabalhou na Universidad Nacional de Córdoba (UNC), Argentina, no Museo de Antropología no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, sob direção de Gustavo Sorá. Foi Fellow da Alexander von Humboldt Stiftung pelo programa Bundeskanzler-Stipendium für Führungskräfte von morgen; desenvolvendo trabalho junto à Berlin Feminist Film Week na área de gênero, violência doméstica, sexualidade, casamento, direitos sexuais e reprodutivos e modelos não-tradicionais de relacionamento e família. Atualmente é colaboradora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS) na Universidade de São Paulo, e docente colaboradora do Instituto Gerar de Psicanálise, em São Paulo/SP.
Marisa da Silva Lopes é Professora Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduada em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Mestre em Filosofia e Doutora em Filosofia pela USP (2004). Trabalha com História da Filosofia, com ênfase em Filosofia Antiga, Ética e Filosofia Política.
Nesta entrevista, conversamos sobre alguns aspectos da obra de Simone de Beauvoir, sobretudo os conceitos de reciprocidade e de generosidade. Abordamos também o modo como Beauvoir recoloca o problema que tem tradição milenar na história da filosofia da relação entre natureza e cultura. Falamos, por fim, sobre a recepção de sua obra no Brasil e das relações que possa estabelecer e estabelece com outras pesquisas para além da filosofia e da academia.
Juliana Oliva foi uma das organizadoras do I Congresso Internacional Simone de Beauvoir e é doutora em Filosofia pela EFLCH-UNIFESP (2018), onde defendeu tese sobre sexualidade, erotismo e reciprocidade em Simone de Beauvoir. Seus estudos sobre a filósofa francesa tiveram início no mestrado em Filosofia na Universidade São Judas Tadeu (2014), com a investigação sobre as noções de identidade e reciprocidade na obra O segundo sexo. Atualmente é professora contratada do departamento de Filosofia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), e tem ministrado cursos de extensão e a oficina “Deve-se queimar Beauvoir?” em espaços de educação e cultura.
Nesta rica entrevista, conversamos sobre diversos assuntos relacionados ao Antropoceno, envolvendo teorias científicas, pensamento cósmico, antropologia, filosofia e pensamento ameríndio, trazendo ao debate um amplo leque de autoras e autores de diversas orientações filosóficas e de épocas e regiões geográficas distintas.
Marco Antônio Valentim graduou-se em filosofia pela Universidade Federal do Paraná em 2000. Concluiu o mestrado em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2002. Concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2007. Fez estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional do Rio de Janeiro (2012-2013) e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2017-2018). Desde 2006, é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná. Publicou estudos acerca de problemas metafísicos em filosofia antiga e moderna, e ensaios comparativos sobre antropologias ocidentais e ameríndias. Escreveu “Extramundanidade e sobrenatureza: ensaios de ontologia infundamental” (Cultura e Barbárie, 2018). É pesquisador do SPECIES – Núcleo de Antropologia Especulativa. Membro do GT Ontologias Contemporâneas da ANPOF.
Pierre Clastres: “Arqueologia da violência” e “A sociedade contra o Estado”
Georges Bataille: “A parte maldita” e “A noção de dispêndio”.
Claude Lévi-Strauss: “Tristes Trópicos” e a série “As mitológicas” (“O cru e o cozido”, “Do mel às cinzas”, “Origens dos modos à mesa” e “O homem nu”).
Marcel Mauss: “O ensaio sobre a dádiva”.
Davi Kopenawa e Bruce Albert: “A queda do céu”.
Ailton Krenak: “Ideias para adiar o fim do mundo” e “O amanhã não está à venda”.
Michel Serres: “O nascimento da física”.
Gilles Deleuze: “Lógica do sentido”.
Gilles Deleuze e Félix Guattari: “Mil Platôs”.
Carlos Castañeda: Obras completas.
Roy Wagner: “A invenção da cultura”.
Ilya Prigogine e Isabelle Stengers: “A nova aliança”.
Isabelle Stengers: “No tempo das catástrofes”.
Jean-Christophe Goddard e Eduardo Viveiros de Castro: “Brazuca, negão e sebento”.
Eduardo Viveiros de Castro: “A inconstância da alma selvagem”, “Metafísicas canibais”, “Araweté: Os Deuses Canibais”.
Déborah Danowski: “Negacionismos”, “Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins”.
Nesta live, conversamos com algumas das criadoras do coletivo “Filósofas na rede”, que em promovido diversos debates filosóficos nas redes sociais. Instagram: @filosofas.na.rede YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCufpEzz6chQEqDXzksqYOcg Recebemos Carina Blacutt, Marcela Tavares, Penélope Diniz, Roberta Saavedra, Juliane Bianchi, Cidah Duarte, Roberta Damasceno, Euza Raquel e Naiara Paula. Também compõem o coletivo, Katiúscia Ribeiro, Renata Azzi e Maria Helena, que não puderam comparecer por outros compromissos. Nastassja Pugliese infelizmente deixou o coletivo, embora tenha sido também homenageada durante a conversa. Tratamos sobre a criação do coletivo, sobre a relevância da filosofia no contexto atual brasileiro e sobretudo da pluralidade a ser ainda conquistada com a valorização do pensamento feminista, mulherista, africano, indígena, LGBTQI+.
As preocupações atuais de Victor Ximenes Marques giram em torno de dois eixos principais: preocupações de ordem naturalista e materialista; e preocupações de ordem ético-políticas. Conversamos sobre esses dois eixos, a partir de um leque amplo de autores, entre os quais Hegel, Darwin, Marx e Gramsci. O entrevistado também aproveitou a oportunidade para divulgar o livro de Nancy Fraser que acaba de prefaciar, e também a futura publicação de livro de Mark Fisher.
Victor Ximenes Marques é professor da Universidade Federal do ABC. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (2006) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (2009) e doutorado em filosofia na PUCRS, sob a orientação do Professor Dr. Eduardo Luft, com sanduíche na Universidade de Bonn, sob orientação do Professor Dr. Markus Gabriel. Trabalha nas áreas de filosofia da biologia, filosofia da ciência, filosofia da mente, ontologia, idealismo alemão e a tradição dialética. Tem particular interesse na relação entre as ciências naturais e a filosofia.
Ernani Chaves é graduado em Administração pela Universidade Federal do Pará (1978), Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986) e Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1993). É Professor Titular da Faculdade de Filosofia e foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pará de 2011 a 2014.. É também Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPA e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFS (Universidade Federal de Sergipe). Durante o Doutorado realizou estudos e pesquisas na Faculdade de Teologia Evangélica (1989-1991) e na Universidade Técnica (1992), ambas em Berlim, Alemanha. Realizou estágio de Pós-Doutorado em 1998, também na Universidade Técnica de Berlim e em 2003 na Bauhaus-Universität, de Weimar, na Alemanha. Em janeiro e fevereiro de 2013 foi Pesquisador Visitante na Universidade Técnica de Berlim. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Alemã, em especial Nietzsche e a Escola de Frankfurt, no pensamento de Michel Foucault e no âmbito da Filosofia da Psicanálise. É Membro da Nietzsche-Gesellschaft (Naumburg/Alemanha) desde 1990, do GT Nietzsche da ANPOF e é um dos Editores da revista Estudos Nietzsche. Foi Membro do Comitê Assessor de Filosofia/Teologia do CNPQ entre julho de 2011 e junho de 2014, tendo sido o Coordenador do referido Comitê no período de novembro de 2013 a junho de 2014. De março a junho de 2015, realizou Estágio Sênior de Pesquisa, com Bolsa do CNPQ, na École Normale Superieure de Paris (França), sob a supervisão do Dr. Paolo D’Iorio.